Artigos - Impactos do edema de úbere na produção de leite

04 abr 2017

Impactos do edema de úbere na produção de leite

A intensificação na seleção genética visando à capacidade produtiva máxima pode acarretar reflexos negativos para as fêmeas leiteiras. A integridade sanitária é um dos principais requisitos necessários para que esses animais possam exibir seu potencial. Nesse contexto, é importante destacar enfermidades de alta incidência nos rebanhos como o edema de úbere, que é capaz de desencadear efeitos deletérios na produção de leite. Dessa forma, é imprescindível compreender os mecanismos envolvidos no desenvolvimento dessa afecção para estabelecer novas estratégias para minimizar esse problema.

O edema de úbere é uma desordem caracterizada por acúmulo excessivo de fluído nos espaços intercelulares do tecido da glândula mamária que ocorre no período do periparto. A alta vascularização natural da glândula mamária bovina torna esse tecido mais predisposto ao desenvolvimento de edema localizado (Ghodasara et al., 2012). Além disso, a glândula mamária passa por extenso desenvolvimento durante a gestação para se preparar para lactação, o que contribui para o desenvolvimento do edema (Melendez et al., 2006; Bacic et al., 2007).

A etiologia do edema de úbere ainda não é clara na literatura, mas acredita-se que está associada à redução do fluxo sanguíneo mamário e ao aumento da pressão intravenosa (Al-Ani and Vestweber, 1986; Melendez et al., 2006). Existem fatores como a capacidade produtiva, nutrição, idade dos animais (novilhas são mais acometidas), estresse oxidativo na glândula mamária que são predisponentes para o surgimento do edema de úbere. Ainda, estudos recentes mostraram que hipoproteinemia (em decorrência da baixa ingestão de matéria seca) e alterações transitórias na função hepática estão associadas ao edema de úbere em novilhas (Kojouri et al., 2015).

O edema de úbere pode ter início de duas a três semanas antes do parto ou bem próximo dele. Os principais sinais observados são: edema localizado no úbere que pode se estender às porções ventrais, redução na ingestão de alimentos e produção de leite, desconforto, dificuldade de locomoção, dor e lesões locais por contato. Em muitos casos o edema acaba reduzindo gradativamente com início da ordenha, mas esse distúrbio pode se tornar severo e persistir durante meses. Como consequência, ocorrem complicações como dificuldade de manejo de ordenha podendo causar mastite, maior susceptibilidade a traumas e ruptura do ligamento suspensório (desvalorização permanente do animal; Al-Ani and Vestweber, 1986; Goldberg et al., 1992; Bacic et al., 2007).

Estudos recentes foram realizados em parceria com a UNESP de Jaboticabal para avaliar a eficácia do Maxicam 2% para tratamento do edema de úbere em vacas de alta produção. Foram utilizadas 34 fêmeas da raça Holandesa que apresentavam edema de úbere no momento do parto, das quais 17 receberam duas aplicações de Maxicam 2% (no momento do parto e 24 horas após) e 17 não receberam nenhum tratamento (grupo controle). A partir do primeiro dia após o tratamento, os animais que receberam Maxicam 2% já apresentam redução evidente no edema de úbere. Pode-se concluir com esse estudo que a administração intramuscular de duas doses de 0,5 mg/kg de Maxicam 2% acelera a regressão do edema de úbere.

O Maxicam 2% é um produto da Ourofino Saúde Animal indicado para minimizar os prejuízos associados ao edema de úbere. Tem como princípio ativo o meloxicam que possui potente ação anti-inflamatória e é altamente seguro, podendo ser utilizado no periparto. Dentre os anti-inflamatórios existentes, o meloxicam é o que apresenta maior potencial anti-inflamatório sem efeitos adversos. Maxicam 2% é o único anti-inflamatório para bovinos à base de meloxicam do mercado brasileiro.


REFERÊNCIAS

Kojouri, G. et al. Udder edema and association with some serum biochemical measurands and dietary factors in first calving cows. Iranian Journal of Veterinary Research, v. 16, n. 4, p. 345-349, 2015.

Melendez, P.; Hofer, C.; Donovan, G. Risk factors for udder edema and its association with lactation performance on primiparous Holstein cows in a large Florida herd, U.S.A. Preventive Veterinary Medicine, v. 76, n. 3-4, p. 211-221, 2006.

Marçal W.S. 2006. O edema de mama em bovinos leiteiros. Semina: Ci. Agrar. 27:115-124.

Al-Ani, FK and Vestweber, JGE (1986). Udder edema: an updated review. Vet. Bulletin. 56: 763-769.

Bacic, G; Karadjole, T; Macesic, N and Karadjole, M (2007). A brief review of etiology and nutritional prevention of metabolic disorders in dairy cattle. Vet. Arhiv.,77: 567-577.

Bruna Martins Guerreiro, especialista técnica em Reprodução e Saúde Animal

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Comentários

IRINEU ROMAO DA SILVA

Terça-feira, 20 de Setembro de 2022

Bom dia tudo bem?!!

Ourofino Saúde Animal

Terça-feira, 20 de Setembro de 2022

Oi Irineu, bom dia

Tudo bem?

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